Convivência com o Semiárido e as Tecnologias Sociais
“Semiárido, vivo e sustentável.”
O Semiárido brasileiro é o maior do globo terrestre, composto por 1.262 municípios, dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Tem a maior população rural do Brasil e por conta da escassez de chuvas e uma estrutura de armazenamento de água limitado, a população enfrenta muitos desafios.
Neste ambiente, historicamente as ações se limitavam ao conceito de “combate à seca”, com ações assistencialistas, grandes obras e modelos tecnológicos importados, com pouca ou nenhuma adaptabilidade a realidade edafoclimática. Com o passar dos anos estas ações causaram sérios efeitos de concentração de riquezas e marginalização dos povos do semiárido.
Na década de 1990, várias organizações sociais que representam essa população, se mobilizaram e travaram o debate sobre as melhores condições de vida neste ambiente climático. Foi então que surgiu a Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA, que congrega mais de 3.000 organizações da sociedade civil, colocando em pauta esta problemática, dando o enfoque ao conceito de convivência com o Semiárido, propondo a defesa do direito à água, ressaltando a cultura do estoque de água, alimentos, sementes, animais e todos os elementos necessários à vida na região.
O CEALTRU se incorpora a ASA e tem na sua missão o compromisso e a defesa da convivência com semiárido e todos os seus preceitos, atuando fortemente na ocupação dos espaços e instancias de representação e debate sobre a temática, bem como, no desenvolvimento e na implantação de infraestruturas, denominadas tecnologias sociais, que tem o caráter de tornar o semiárido vivo e sustentável.
A partir de 2013, O governo Federal institui o Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias Sociais de Acesso á Água – Programa de Cisternas Lei 12.873/2013, sendo destinado às famílias residentes em comunidades rurais do Semiárido Brasileiro de baixa renda que sofre com a falta regular de água. Tornando mais acessível as ações de convivência com o semiárido.
O objetivo geral dessa tecnologia social é proporcionar o acesso à água de qualidade e em quantidade suficiente para o consumo humano a famílias de baixa renda e residentes na zona rural, por meio da instalação de cisternas de placas de 16 mil litros para captação e armazenamento de água de chuva, associada à capacitação e formação para a gestão da água. Espera-se que as famílias beneficiadas possam melhorar suas condições de vida, facilitando o acesso à água de qualidade para consumo humano, com impacto direto sobre a saúde e a segurança alimentar e nutricional.
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O objetivo geral dessa tecnologia é proporcionar o acesso à água para a produção de alimentos e/ou dessedentação animal a famílias de baixa renda e residentes na zona rural, por meio da implantação de cisternas de placas de 52 mil litros, com captação a partir de leito de enxurradas, associada a capacitações técnicas e formação para a gestão da água. Espera-se que a tecnologia possa proporcionar melhores condições para o ensino-aprendizagem, além de ampliar e melhorar a segurança hídrica, alimentar e nutricional da comunidade escolar.
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O objetivo geral dessa tecnologia social é proporcionar o acesso à água de qualidade e em quantidade suficiente para o consumo humano para alunos e demais profissionais de educação de escolas localizadas na zona rural, de preferência com mais de 50 alunos, por meio da instalação de uma cisterna de placas de 52 mil litros para captação e armazenamento de água de chuva associada à formação para a gestão da água e práticas de convivência. Espera-se que as famílias beneficiadas possam melhorar suas condições de vida, facilitando o acesso à água e contribuindo para a garantia da segurança alimentar e nutricional e a geração de renda a partir da comercialização de excedentes, se for o caso.
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O objetivo da tecnologia é proporcionar e/ou ampliar o acesso à água para a produção de alimentos a famílias de baixa renda e residentes na zona rural, por meio da implementação de um sistema de tratamento e reuso de água cinza domiciliar, associado a capacitações técnicas e formação para a gestão da água e práticas agroecológicas de produção. Espera-se que as famílias beneficiadas possam melhorar suas condições de vida, facilitando o acesso à água para a produção de alimentos e contribuindo para a garantia da segurança alimentar e nutricional das mesmas.
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O biodigestor é uma tecnologia social de convivência com semiárido de baixo custo, instalação simples e fácil manejo, que ajuda a promover a sustentabilidade ambiental e o aumento na geração de renda. É uma alternativa sustentável ao gás de cozinha e ao uso da lenha e do carvão. Seu funcionamento consiste na mistura de agua e produtos orgânicos (esterco de animais, restos de comida, vinhaça, etc) que são misturados em um compartimento chamado alimentador, geralmente na proporção 1 para 1. Em seguida a mistura segue para uma câmara fechada que na ausência do oxigênio algumas espécies de bactérias se alimentarão desses detritos transformando em biogás. O excedente dos detritos (biofertilizantes natural, rico em nutrientes) é descartado pela descarga e utilizado em irrigação ou em canteiros produtivos. O biogás gerado é conduzido por encanações passando por filtros, os filtros tem a função de eliminar o odor e agua ate chegar ao fogão, estando apto ao uso. A alimentação do biodigestor dependerá da frequência de uso da família e tipo de material orgânico utilizado, podendo ser alimentado todo dia ou em alguns casos apenas uma vez por semana.
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